segunda-feira, 31 de julho de 2023

CENSO 2022: POPULAÇÃO QUILOMBOLA NO BRASIL É DE 1.327.802 PESSOAS

 

Na divulgação da publicação Brasil Quilombola: Quantos Somos, Onde Estamos?’, em Brasília, o presidente em exercício do IBGE, Cimar Azeredo, considera que os números inéditos sobre esse grupo populacional são uma verdadeira reparação histórica de injustiças cometidas no passado.

“São essas populações que mais precisam das estatísticas, desses números. A gente precisa saber quantas escolas, quantos postos de saúde, coisas relacionadas à educação e tudo o que essa população quilombola precisa, como a titulação [de terras]. Os dados que estão sendo apresentados hoje, pelo IBGE, se tornam, praticamente, uma reparação histórica”.

Grande novidade do Censo Demográfico 2022, a população quilombola residente no Brasil, contada pela primeira vez, é de 1.327.802 pessoas, correspondendo a 0,65% da população. A Região Nordeste concentra a maior quantidade de pessoas quilombolas com 905.415 quilombolas, correspondendo a 68,19% do total da população quilombola no país. Em seguida, vem a Região Sudeste, com 182.305 pessoas, e a Região Norte, 166.069 pessoas, juntas elas respondem 26,24% da população quilombola. As regiões Centro-Oeste e Sul têm 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente – somadas responsáveis por 5,57% da população quilombola.

Apesar de o Brasil ter realizado seu primeiro Censo em 1872, só no levantamento do ano passado, a população quilombola foi recenseada pela primeira vez. Os agentes do IBGE visitaram todas as localidades e comunidades do país: mapeamento prévio identificou 5.972 localidades quilombolas e 2.308 agrupamentos quilombolas – aqueles em que há 15 ou mais pessoas residindo em um ou mais domicílios próximos. Entretanto, há apenas 494 territórios quilombolas com alguma delimitação formal no país: nestes territórios, moram 167.202 pessoas quilombolas – 12,59% da população quilombola. Mais de 1 milhão de  pessoas quilombolas –  1.160.600 (87,41%) – vivem fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas.

 “O censo é uma conquista de anos de luta e é importante para que possamos avançar na construção de políticas públicas. Somos mais do que números. A cada número desse bate um coração e uma trajetória de resistência”.

Na divulgação da publicação Brasil Quilombola: Quantos Somos, Onde Estamos?’, em Brasília, o presidente em exercício do IBGE, Cimar Azeredo, considera que os números inéditos sobre esse grupo populacional são uma verdadeira reparação histórica de injustiças cometidas no passado.

“São essas populações que mais precisam das estatísticas, desses números. A gente precisa saber quantas escolas, quantos postos de saúde, coisas relacionadas à educação e tudo o que essa população quilombola precisa, como a titulação [de terras]. Os dados que estão sendo apresentados hoje, pelo IBGE, se tornam, praticamente, uma reparação histórica”.

O Censo Demográfico 2022, para abordar as características dessa população, inseriu nos questionários as perguntas ‘Você se considera quilombola?’ e ‘Qual o nome da sua comunidade?’ A investigação dessa temática contou com o apoio das lideranças comunitárias quilombolas de todo o país, que atuaram no apoio ao mapeamento das comunidades e como guias para os recenseadores.

A publicação ‘Brasil Quilombola: Quantos somos, onde estamos?’ foi lançada, nesta quinta-feira (27/07/2023), na sede do IBGE, no Rio. “Além de fornecer um panorama inédito da distribuição da população quilombola no território brasileiro, o IBGE, com o lançamento desta publicação, apresenta um conjunto de informações básicas até então desconhecidas sobre os totais de pessoas desse grupo étnico residentes no País, em diferentes níveis geográficos e recortes territoriais”, escreveu o presidente substituto do IBGE, Cimar Azeredo Pereira, na apresentação da publicação.

A representante da Organização das Nações Unidas no Brasil, Florbela Fernandes, destacou que o levantamento e a divulgação de dados sobre a população quilombola no Brasil tem um simbolismo enorme a todo o país. “A inclusão de um quesito específico para a população quilombola [no censo] representa um marco de reparação histórica importante e que serve de investigação de referência para outros países da diáspora africana”.  

“Essa é a primeira pesquisa oficial para coletar dados específicos sobre a população quilombola. Após 135 anos da abolição da escravidão no Brasil, finalmente, saberemos quantos quilombolas são exatamente, onde estão, e como vivem”, comemorou Florbela Fernandes. 


 

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CENSO 2022: POPULAÇÃO QUILOMBOLA NO BRASIL É DE 1.327.802 PESSOAS

  Na divulgação da publicação Brasil Quilombola: Quantos Somos, Onde Estamos? ’, em Brasília, o presidente em exercício do IBGE, Cimar Aze...